A autocobrança excessiva pode criar um ciclo vicioso que impede as pessoas de reconhecerem e utilizarem recursos externos, como apoio familiar, social ou ajuda profissional. Influenciados por fatores externos, como a família, a cultura e a sociedade internalizamos normas e expectativas. Quando uma pessoa se vê dominado por uma autocobrança, tende a desenvolver uma visão distorcida do que é aceitável ou adequado. Essa voz interna pode levar à crença de que pedir ajuda ou aceitar apoio é um sinal de fraqueza ou inadequação. Assim, a pessoa se sente compelido a resolver todos os problemas sozinha, reforçando a ideia de que não pode contar com ninguém.
A autocobrança frequentemente está relacionada ao medo do julgamento dos outros. Pessoas que se impõem altos padrões podem temer que qualquer falha em atender a essas expectativas seja percebida como uma falha moral ou pessoal. Esse medo pode paralisar o acesso a recursos externos, já que pedir ajuda pode ser interpretado como uma admissão de incapacidade.
A cultura contemporânea muitas vezes glorifica a autossuficiência, o “fazer tudo sozinho”, essa idealização pode reforçar a ideia de que depender dos outros é inaceitável. Na psicanálise, isso pode ser visto como uma defesa contra sentimentos de vulnerabilidade e fragilidade. A pessoa prefere se manter em uma posição de controle absoluto sobre suas situações, mesmo que isso signifique carregar um peso desproporcional.
A autocobrança intensa pode estar ligada à construção da identidade da pessoa. Muitas vezes, as conquistas pessoais são vistas como fundamentais para o valor próprio. Nesse contexto, recorrer a ajudas externas pode ser interpretado como uma ameaça à identidade construída em torno do desempenho e da eficiência. A pessoa acredita que somente através do esforço individual é possível validar sua existência.
O apego à autocobrança também pode criar resistência à mudança. Quando uma pessoa está tão focado em atender suas próprias exigências internas, ele pode ignorar novos métodos ou abordagens que poderiam aliviar sua carga emocional ou melhorar seu desempenho. A resistência em acessar recursos externos é uma forma de manter o padrão de comportamento, mesmo que esse estado seja insustentável.
Essa incapacidade de acessar recursos externos não apenas perpetua o ciclo de estresse e ansiedade, mas também pode levar ao isolamento social e à solidão emocional. A pessoa se sente preso em sua própria luta interna, sem perceber que há alternativas disponíveis.
Em análise, trabalhar essas questões envolve explorar as raízes da autocobrança e ajudar cada pessoa a reconfigurar sua relação com as expectativas internas e externas. A psicanálise oferece um espaço seguro para que cada pessoa possa confrontar sua forma de lidar com os desafios da vida e aprender que buscar apoio não diminui seu valor pessoal; pelo contrário, é uma demonstração de coragem e autoconhecimento.
Vamos juntos reconfigurar nossa relação com a ajuda externa e lembrar que somos mais fortes quando nos apoiamos! 💪❤️
Espero que esse conteúdo tenha esclarecido mais sobre esse tema! Se gostou, compartilhe!